quinta-feira, 12 de junho de 2008







Eu já dei risada até a barriga doer, já chorei muitas vezes até dormir e acordei com o rosto desfigurado. Já fiz cosquinha nos meus filhotes só pra eles pararem de chorar, já me queimei no ferro de passar brincando com minha irmã. Eu já conversei com o espelho, e até com meu cachorro. Já quis ser professora, modelo, atriz, bailarina, veterinária. Já passei trote por telefone, já joguei papel higiênico molhado nos outros pela minha janela. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo, Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro pra melhor amiga. Já confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de brigadeiro, já me cortei fazendo as unhas correndo, já chorei ouvindo músicas ao lembrar de alguém. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já namorei escondida do meu pai, já caí da escada de bunda. Anseio por viver cada dia. Já fiz juras eternas, já chorei sentada no chão do banheiro, já rompi com meus pais pra sempre, e no minuto seguinte mudei de idéia. Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, ouvindo estrelas. Já corri de onde estava pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de sair, já bebi Ice até sentir dormentes os meus lábios e rir sem conseguir parar, já viajei verões inteiros com minha família e não tive vontade de voltar. Já passei carnaval em Arraial e até passei Carnaval em casa sem fazer nada. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente porque a vida continua. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já corri descalça na rua, já gritei de felicidade, já comemorei vitórias. Já tive um grande amor e achei que era para sempre, e chorei desesperadamente quando ele foi embora. Jádeitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo ou por eu mesma ter que partir, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. E ainda há muito a fazer.

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